O Brasil abriga quase mil startups deep tech, empresas que desenvolvem tecnologias de ponta baseadas em ciência, engenharia e pesquisa. Segundo o relatório “Deep Tech Radar Latam 2025”, elaborado pela consultoria Emerge Brasil em parceria com o Cubo Itaú, o país reúne 952 empresas desse tipo — o que representa 72,3% de todas as deep techs da América Latina.
Apesar da liderança regional, o estudo aponta um desafio: a falta de capital privado. Quase metade dessas startups (47%) nunca recebeu investimento, e apenas 7% conseguiram captar recursos de fundos de risco.
O problema, segundo especialistas, é que as deep techs exigem altos investimentos e ciclos longos de desenvolvimento, o que afasta investidores que buscam retorno rápido. Além disso, o ecossistema nacional ainda carece de fundos especializados nesse tipo de negócio.
O estado de São Paulo concentra a maioria das deep techs brasileiras — cerca de 467 empresas — com foco em áreas como saúde, agronegócio e alimentos, setores nos quais o país já possui destaque internacional.
Mesmo diante das dificuldades, o potencial é enorme. O avanço das universidades e centros de pesquisa, aliado a programas de inovação pública e parcerias internacionais, vem fortalecendo o setor. Especialistas afirmam que o Brasil tem “quantidade e talento”, mas precisa transformar isso em escala e investimento para competir globalmente.
